Há pouco mais de um mês, prefeitos da Região Oeste do Rio Grande de Norte resolveram se unir para cobrar atenção maior para o interior por parte do Governo do Estado, a quem compete a segurança pública. Depois de inúmeras reuniões, debates, declarações polêmicas nos meios de comunicação, a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do RN decidiu dar uma resposta rigorosa, aumentando o número de policiais civis e militares na região, além de enviar novas viaturas para a região. Já está sendo estudada a possibilidade de se criar uma base contra a criminalidade em Caraúbas.
Na sexta-feira passada, em entrevista exclusiva (ver completa na outra página) ao JORNAL DE FATO, o secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social do RN, Agripino Oliveira Neto, comentou sobre os problemas que vêm se agravando nos últimos meses na região Oeste do Rio Grande do Norte. Ao ser questionado sobre uma suposta crise interna, impulsionada pelo sequestro do ex-prefeito de Antônio Martins, José Júlio Fernandes Neto, há pouco mais de uma semana, ele foi enfático: "Crise? Não tem crise. O problema é resolver a situação. Tem que resolver e resolver!", fala em tom rígido.
"Não existe crise na Segurança. Não é questão de crise. É questão de se querer resolver determinados problemas, determinadas situações. Não tem crise! Tem que querer fazer a coisa andar, a coisa se resolver... As reuniões não têm a ver com questões pessoais. O nosso intuito é que cada um faça o seu trabalho... Acabou-se. Não tem nada além disso!", desabafa o secretário, referindo-se aos últimos encontros que manteve com prefeitos da região e que ainda devem se repetir várias vezes. O próximo está previsto para acontecer na próxima terça-feira, com toda cúpula da Segurança Pública do RN e outras autoridades, em Caraúbas.
A imagem da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Norte já vinha se desgastando com os graves problemas do interior, que por vários anos, vêm se arrastando. Prefeitos, grupos estudantis, vereadores, entidades não-governamentais e outros setores da sociedade já vinham se manifestando, pedindo mais dedicação com o interior. Porém, o estopim deste problema foi o sequestro do ex-prefeito de Antônio Martins, somado aos vários outros casos de violência na região, como a tentativa de assalto contra vereadores, universitários assaltados constantemente e outros fatos.
Recentemente, o JORNAL DE FATO publicou uma reportagem especial, que também foi reproduzida pelo jornal Tribuna do Norte, em Natal, denunciando a falta de estrutura das polícias Civil e Militar no interior do Rio Grande do Norte. A equipe percorreu mais de 500 km, área de atuação de um único delegado civil - Roberto Moura - que responde pela regional de Patu e várias outras cidades desta região. Na maior parte das cidades, a situação era a mesma: viaturas e armamento sucateados, poucos policiais e vários outros graves problemas. Hoje, delegados do interior dividem várias cidades.
Segurança reforçada no Oeste do Estado
Hoje, de acordo com o secretário de Segurança, Agripino Oliveira Neto, além da Operação Oeste, que é uma equipe composta por policiais civis e militares com a incumbência de reforçar o policiamento nesta região do Estado, outras equipes estão ajudando neste trabalho. Uma delas é do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar, de Natal, que é considerada como uma das mais bem preparadas forças policiais dentro da corporação. Mesmo estando na região apenas temporariamente, para o secretário Agripino, os resultados estão sendo positivos a curto prazo e também a longo.
"Nós aumentamos o efetivo, melhoramos as estruturas... A questão das viaturas... Estamos dando um suporte maior, de forma, digamos assim, temporária... Hoje estamos com a Operação Oeste, as equipes do Bope, além das equipes normais de lá. Nós já recebemos uma nova frota e já passamos pra lá... Isso deu um alento, uma melhorada muito grande. Depois dessas ações, eu tenho ouvido que a coisa está melhor, que está controlada", comenta o secretário, em entrevista exclusiva concedida ao DE FATO na sexta-feira passada, lembrando que "ainda tem muito a se fazer" no interior.
"A municipalidade (os prefeitos da região) tem declarado que está havendo algumas dificuldades, mas são detalhes que podem ser equacionados", complementa Agripino Neto, enfatizando logo em seguida: "Os problemas estão sendo resolvidos, na medida do possível, como aquele do ex-prefeito (refere-se ao sequestro de José Júlio Fernandes, de Antônio Martins), que foi resolvido com muita presteza. Então, essa situação aí, se não resolvermos o problema da criminalidade... Nós estamos trabalhando para minimizar essa situação. Estamos trabalhando todos os dias para melhorar", complementa.
Caraúbas servirá como base para as operações
A cidade de Caraúbas, distante cerca de 60 km de Mossoró, foi escolhida pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do RN como possível sede de uma nova estratégia que está em fase de elaboração, mas que ainda não tem prazo para execução.
A maior parte dos crimes que tem ocorrido na região Oeste do Rio Grande do Norte foi registrada no entorno do município, como a tentativa de assalto contra três vereadores de Apodi, entre Caraúbas e Olho D'Água dos Borges, o sequestro do ex-prefeito de Antônio Martins, entre Caraúbas e Janduís, os assaltos contra universitários de Apodi, entre Caraúbas e Apodi, e outros.
Hoje, Mossoró conta com várias delegacias especializadas, que atuam em determinados crimes, como a Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR), a Especializada na Defesa e no Amparo da Mulher (DEAM), na Especializa do Adolescente (DEA), e várias outras. Entre elas está a Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE), coordenada pelo delegado Renato Batista da Costa, que possivelmente será designado para coordenar essa nova base em Caraúbas.
A intenção do Governo do Estado é manter uma equipe, provisoriamente, na região Oeste do Estado. Atualmente, existe o grupo chamado de Operação Oeste, que é composto por policiais civis e militares, que faz rotas constantes naquela região e é coordenado por um delegado da região, dependendo da escala de plantão. "A nossa ideia é colocar a Operação Oeste para ter uma gerência, uma espécie de dirigente", comenta Agripino Neto.
Fonte: http://www.defato.com/popular.php
Um comentário:
sou policial militar desde 1997,trabalho na área do 7°bpm e sempre é a mesma coisa nunca existe mais de dois (2)pm de serviço nos referidos destacamento onde eu trabalho eziste um 1°sgt um cb e dois soldados quando irá melhorar.em nosso destacamento o 1°esta concorendo escala de serviço.
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