domingo, 28 de fevereiro de 2010

Tecnologia para aprimorar perícia no RN


Os filmes americanos costumam abusar das histórias policiais, principalmente aquelas em que peritos criminais aparecem desvendando crimes que aparentemente são impossíveis de serem descobertos. Para isso, eles utilizam equipamentos com tecnologia de ponta. Porém, essas histórias estão muito distantes da realidade - pelo menos a brasileira. Hoje, o Rio Grande do Norte possui três unidades do Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP), sendo uma delas em Mossoró, mas a situação é bem diferente.
"Aquilo que a gente vê na televisão é o fruto do grande investimento no campo da tecnologia. Eles (perícia americana e européia) estão muito a nossa frente, não só em nível de Rio Grande do Norte, mas em nível de Brasil. Na realidade, não é bem daquele jeito. As provas não estão tão fáceis como aparece na televisão, mas a grande diferença mesmo é a tecnologia que eles dispõem. A gente precisa de muito mais investimentos para chegar a esse patamar", reconhece a delegada Cristiane Bezerra de Souza Santos, diretora-geral do Itep no RN, ressaltando que, apesar das dificuldades, haverá melhorias.
Aqueles exames mais complicados, como a identificação de corpos a partir de exames de DNA, não são realizados pelo Itep do Rio Grande do Norte por falta de estrutura. Porém, exames mais comuns, como a balística, que detecta qual o calibre da arma usada em um assassinato, por exemplo, ou a perícia necroscópica, que mostra as circunstâncias da morte, esses são realizados pelo Itep de Mossoró, Natal e de Caicó, cidades onde o órgão funciona. Apesar das dificuldades, Cristiane enfatiza que a maior parte dos homicídios registrados nas cidades é elucidada, de fato, pela perícia criminal do Itep.
"A perícia segue vários passos. O trabalho dos peritos não é feito apenas no local do crime. Tudo que é encontrado no local poderá dizer muitas coisas depois, como, por exemplo, o que ocorreu naquele local. Na perícia do local, é feita coleta de digitais, alguma cápsula de bala que tenha ficado, ou algum elemento que foi deixado no local pelos acusados e que poderá ajudar na investigação", enumera a diretora-geral do Itep do RN, lembrando, por exemplo, que um crime pode ser descoberto a partir de um fio de cabelo deixado pelo bandido ou por uma mancha de sangue. "Tudo é analisado depois", diz.

Fonte: http://www.defato.com

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