quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Excelente Comentário

Vivemos num contexto que estimula o individualismo e a competição. A todo instante e de todos os lados, recebemos mensagens e até mesmo pressões para nos preocuparmos principalmente com nossos interesses e para considerar os outros como adversários. Para sermos continuamente competitivos, acabamos nos tornando individualistas. Com isto, manter um comportamento ético e solidário, muitas vezes, torna-se difícil. O respeito às diferenças e aos direitos individuais não têm espaço e a vida torna-se uma aventura perigosa.

A mídia reforça os valores de competição, risco e hedonismo desmedido, colaborando para uma conduta irresponsável e agressiva. O prazer de "correr risco" é valorizado como comportamento jovial e "contestador". A alta velocidade é veiculada como sinônimo de "liberdade" e poder. O "outro" é quem deve ser sempre culpado, independentemente das circunstâncias. Desta forma, sob a perspectiva da antropologia social, o automóvel torna-se símbolo da violência.

A rua se transforma em arena de disputas, onde vale a "lei do mais forte". O resultado desta batalha diária é o elevado número de acidentes e mortes no trânsito que destrói vidas e esperanças de muitos Apodienses. Esta situação é muito mais dramática quando ocorre com as crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, que morrem mais pelo trânsito do que por qualquer outra doença, violência ou acidente: o carro tornou-se o predador de crianças e adolescentes .

O desrespeito às regras de trânsito, o uso de bebidas alcoólicas ou drogas, entre outros motivos, têm sido apontados como as principais causas de acidentes de trânsito Entretanto, o cidadão e o Estado têm responsabilidades por esse trânsito caótico e desumano. Se por um lado, os motoristas contribuem com uma parcela significativa dos problemas do trânsito e a população não conhece ou não exige seus direitos, por outro, falta ao Estado vontade política em tratar devidamente o assunto. Estas causas são derivadas do comportamento de indivíduos e instituições, mas podem ser entendidas também como reflexo de um sistema social que ciclicamente as perpetuam.


Por Eliane Pereira

Agradecemos a sua contribuição, parabéns!

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