domingo, 14 de março de 2010

Atuação do PCC no RN será investigada

Foto retirada da internet

Há muitos anos se fala no Rio Grande do Norte sobre a chegada de membros das grandes facções criminosas que atuam principalmente na região Sudeste do Brasil, porém, na quinta-feira passada, as autoridades potiguares tiveram uma grande prova da atuação desses grupos em solo potiguar. Durante uma revista realizada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, foram apreendidos, entre vários objetos, uma espécie de lista com os mandamentos do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A facção criminosa "nasceu" dentro de uma prisão no Estado de São Paulo e, aos poucos, foi ganhando destaque no cenário nacional. Há alguns anos, pessoas suspeitas de estarem ligadas à essa facção foram presas no Rio Grande do Norte, mas a ligação, de fato, não foi confirmada. Na revista de quinta-feira passada dentro de todas as celas de Alcaçuz, foram encontrados mais indícios da presença do PCC no RN. Além de uma espécie de caderneta com as iniciais da facção e uma lista de "mandamentos" que devem ser seguidos pelos membros do PCC, havia ainda desenhos nas paredes das celas de Alcaçuz.
Ao todo, foram apreendidos 15 telefones celulares, 20 chips para celular, várias trouxinhas de maconha, pedras de crack e armas artesanais. Nos levantamentos iniciais, os agentes penitenciários federais, que coordenaram a operação de quinta-feira passada, conseguiram identificar apenas um preso como suposto dono de um dos celulares e da lista com os mandamentos do PCC. Trata-se do homicida Elias de França Ferreira. As suspeitas são de que Elias teria sido encarregado de disseminar os ensinamentos do Primeiro Comando da Capital, que se autodenomina como defensor dos presos no Brasil.
Todo o material apreendido ficará à disposição dos agentes penitenciários federais de Mossoró, que juntamente com as equipes federias de Catanduvas, no Paraná, Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e Brasília, no Distrito Federal, coordenaram a operação de quinta-feira passada. Segundo informou um agente integrante da Área de Inteligência do Presídio Federal de Mossoró (nome mantido em sigilo pela reportagem), com os telefones, será possível colher uma série de informações sobre os presos de Alcaçuz, visando identificar quem seriam os contatos deles fora da prisão, inclusive os membros do PCC.
Apesar dos indícios encontrados em Alcaçuz, o secretário estadual de Justiça e Cidadania, Leonardo Arruda Câmara, diz não acreditar que o PCC esteja com tanta influência dentro das prisões do Rio Grande do Norte. Ao DE FATO, ele explicou que a espécie de cartilha pode ser apenas um fato isolado. "Isso são coisas rotineiras e a imprensa está dando um destaque muito grande a isso. É uma coisa normal. Ainda acho cedo para falar que existe ação do PCC no Rio Grande do Norte", minimiza o secretário, ressaltando, porém, que tais suspeitas poderão ser confirmadas ou não após o término das investigações.

Fonte: www.defato.com

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